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A SPEN alia-se à Segunda Semana Ibérica sobre Espécies Invasoras promovendo um ciclo de conferências online sobre insetos invasores nos dias 23 a 26 de maio, junte-se a nós nestes dias e venha conhecer um pouco mais sobre formigas, vespas, térmitas e pragas florestais invasoras.

 

Transmitido no youtube e zoom (clique aqui). 

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23 Maio Mário Boieiro

A formiga-argentina em Portugal: grandes impactos por um pequeno invasor

A formiga-argentina (Linepithema humile) é considerada uma das piores espécies invasoras a nível Mundial, incluindo o TOP100. Em Portugal, foi pela primeira vez registada no final do século XIX (na Madeira) e rapidamente se disseminou pelo continente e ilhas. Os seus impactos nas comunidades naturais podem ser muito severos, pois excluem diretamente as formigas e outros invertebrados nativos, afetam indiretamente alguns vertebrados e alteram processos ecológicos importantes, como a polinização e a mirmecocoria. Dadas as associações mutualistas que estabelece com insetos fitófagos (afídeos e cochonilhas), é também indiretamente responsável por perdas na produção agrícola. Apesar desta espécie incluir a legislação nacional e regional relativa a espécies invasoras, o seu estudo e controlo têm sido negligenciados.   

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Mário Boieiro é investigador contratado na Universidade dos Açores e integra o Centro de Ecologia, Evolução e Alterações Ambientais (cE3c). Tem realizado investigação na área da entomologia e das interações inseto-planta tanto no continente como nos arquipélagos da Madeira e dos Açores e atualmente coordena a elaboração do Livro Vermelho dos Invertebrados de Portugal Continental. Desde há vários anos que estuda a biodiversidade de formigas, com o registo de novas espécies em  Portugal, a análise dos fatores que determinam a sua distribuição e a avaliação dos seus impactos nos ecossistemas.

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24 Maio Luís Bonifácio 

Principais insetos invasores que causam danos na floresta portuguesa.

A floresta em Portugal cobre cerca de um terço da área sendo dominada em área por três espécies, duas delas autóctones: o sobreiro (Quercus suber) e o pinheiro-bravo (Pinus pinaster) e a terceira originária da Austrália (eucalipto – Eucalyptus globulus), maioritariamente plantada para a produção de pasta de papel. A evolução do estado fitossanitário das diferentes essências florestais está diretamente associada às alterações climáticas e à introdução de espécies exóticas que ocorre a um ritmo crescente com a globalização do comércio e circulação das pessoas.

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Luís Bonifácio é investigador auxiliar do Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária (INIAV, IP) na área de Entomologia Florestal, participando em dezenas de projetos de investigação nacionais e internacionais com especial ênfase no estudo da dinâmica populacional e no desenvolvimento de técnicas para o controlo de espécies que constituem pragas para as diferentes essências florestais.

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25 Maio Sónia Duarte

Térmitas invasoras em Portugal - mito ou realidade?

As térmitas estão inseridas na Ordem Blattodea, pois são insetos sociais e polimórficos com um desenvolvimento hemimetabólico, e próximas das baratas. As térmitas prestam importantes serviços ao nível dos ecossistemas, como por exemplo na decomposição de matéria vegetal morta, e nos ciclos de nutrientes associados. No entanto, as térmitas podem ser consideradas pragas importantes de madeira em serviço, e também a nível agrícola, a nível mundial. Em Portugal continental e Açores são conhecidas quatro espécies de térmitas. Na Madeira, a fauna de térmitas está um pouco menos estudada, mas estão confirmadas duas espécies de térmitas.


A capacidade das térmitas invadirem novos habitats é muito elevada devido às características destes insetos, que facilitam o sucesso da sua dispersão para novas áreas. No nosso país temos uma situação preocupante nos Açores, com a presença da térmita Cryptotermes brevis, classificada como uma das 100 espécies invasoras mais preocupantes a nível mundial. O que ainda não está divulgado a nível do público é que esta térmita também já se passeia por Lisboa. Serão apresentadas as diferentes espécies e respectivas características diagnosticantes, bem como a sua distribuição, para que seja possível perceber onde são invasoras, e os riscos que poderão estar associados à presença de térmitas invasoras no nosso país.

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Sónia Duarte é investigadora contratada no LEAF-ISA/UL. Dedica-se à investigação na área da entomologia aplicada, nomeadamente quanto à gestão integrada de pragas. Atualmente dedica-se ao estudo de pragas de produtos armazenados. Desde o seu doutoramento, dedicado ao estudo de térmitas e dos seus simbiontes, tem desenvolvido investigação também nesta área.

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26 Maio Maria João Verdasca 

A Vespa-asiática em Portugal: biologia, impactos e medidas de controlo

A vespa asiática (Vespa velutina), uma predadora voraz da abelha-do-mel e de muitos polinizadores silvestres, é um caso de sucesso de uma espécie invasora em Portugal e na Europa. Para a implementação de um plano de controlo adequado e dado o impacto negativo desta espécie na biodiversidade nativa, na saúde pública e na economia ligada ao setor apícola e agrícola, torna-se necessário compreender a sua biologia e a sua dinâmica de invasão. 

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Maria João Verdasca, bióloga com uma pós-graduação em sistemas de informação geográfica e um mestrado em Biologia da Conservação, tem desenvolvido a sua carreira profissional dedicada a estudos de biodiversidade, à gestão de ciência e a projetos de divulgação científica. Entregou recentemente a sua tese de doutoramento no Centro de Ecologia, Evolução e Alterações Ambientais da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa. A sua área de investigação centrou-se na dinâmica da invasão da vespa-asiática na Europa e dos seus impactos socio-ecológicos. É atualmente a coordenadora do Lab in a Box, um projeto pedagógico do Instituto Gulbenkian de Ciência em parceria com a Câmara Municipal de Oeiras, que tendo por base o ensino experimental, pretende desenvolver nos alunos o deslumbramento pelo meio que os rodeia, o espírito crítico, a curiosidade científica e a consciência ecológica. 

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